RESPEITE A VIDA DOS TRABALHADORES OU VAMOS PARAR O ESTALEIRO!

Companheiros, na sexta-feira mais um acidente aconteceu aqui no estaleiro. Dessa vez os companheiros ligaram para o SINTNAVAL e de pronto fomos para a porta da empresa. Chegando ao Rio Nave, soubemos que o companheiro Josualdo Santos caiu do andaime após sofrer uma convulsão. Mas o que mais nos deixou indignados foi que tudo se deu por volta das 9:00h e até às 11:00h ainda não tinha chegado o socorro. Não sabemos ao certo ainda de qual altura, mas tudo indica que ele estaria com a bacia deslocada.

       Pior ainda, depois de duas horas de espera, a administração queria socorrer o companheiro no carro que leva o nosso almoço, mas essa irresponsabilidade com a vida de um trabalhador foi desfeita com a chegada do SAMU. Depois do pronto atendimento, que levou aproximadamente trinta minutos, ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Souza Aguiar.  

    

           

            Assim que diretoria do SINTNAVAL chegou ao estaleiro, buscou informações com os companheiros que descansavam do almoço. Tomamos conhecimento do que houve e nos dirigimos à portaria para esclarecer os fatos e saber para onde tinham levado Josualdo. A portaria se negou a dar qualquer informação, dizendo o seguinte absurdo: “Não aconteceu nada aqui, não teve nenhum acidente”. Conscientes do fato, os diretores do SINTNAVAL resolveram se dividir para descobrir em qual hospital o companheiro havia sido internado. Pela experiência acumulada de alguns companheiros, em especial do companheiro Formigão, fomos orientados a ir direto ao Souza Aguiar.

            Chegando lá descobrimos que Josualdo havia dado entrada às 12:40h. Conversamos com o pessoal do acolhimento e começamos nossa peregrinação em busca do companheiro. Estivemos nas salas amarela e vermelha, da emergência, no Raio-X, na Tomografia, no Centro Cirúrgico, no CTI, na Ortopedia e no Necrotério. Uma via-crúcis que durou 2 horas. Pior, não encontramos o companheiro e ninguém dentro do Hospital soube informar aonde ele se encontrava. Até hoje não conseguimos essa informação e esperamos que a administração do estaleiro não esteja encobrindo qualquer fato mais grave para não ter que se responsabilizar com a família desse trabalhador.

            Saibam, senhores patrões, não dormiremos enquanto esse problema não for resolvido, mas faremos de suas vidas um inferno e não os deixaremos em paz. Ninguém pode fazer tão pouco caso com a vida de um trabalhador sem pagar muito caro por isso. Vamos utilizar todos os mecanismos, inclusive a greve, para obrigá-los a assumir suas responsabilidades com a vida de quem enche seus bolsos de dinheiro, mas que leva migalha pra casa ao final do mês e é tratado pior que seus animais de estimação.